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Da graça que conquista à coroa da Justiça: A recompensa dos santos como fruto da fidelidade de Deus em Cristo, quando a graça de Deus se revela na recompensa dos salvos.
“A misericórdia de Deus coroa Seus próprios dons, não nossas conquistas independentes.” (AGOSTINHO, Graça e Livre-Arbítrio).
24 de Setembro de 2025. Brasil. Guidoval, MG.
RESUMO: Este estudo tem por objetivo refletir sobre o ensino bíblico da “coroa da justiça” à luz da teologia da graça, tomando como base as palavras do apóstolo Paulo em 2 Timóteo 4:7-8 e o comentário de Agostinho em Graça e Livre-Arbítrio. Procura-se demonstrar que a coroa prometida não é fruto do mérito humano, mas o coroamento da obra de Deus no crente, que persevera não pela força da carne, mas pelo poder da graça. A síntese bíblico-teológica apresentada visa edificar a igreja, encorajando-a a compreender a coroa da justiça como expressão da fidelidade de Deus e não como conquista autônoma do homem. A argumentação foi enriquecida pela voz de teólogos reformadores que reforçam a certeza da perseverança dos santos em Cristo. A saber, defendemos aqui uma abordagem bíblico-monergista e cessacionista, fundamentada em uma tradição sólida de teólogos reformados e puritanos, como AGOSTINHO DE HIPONA, JOHN OWEN, RICHARD SIBBES, THOMAS WATSON e a BÍBLIA DE ESTUDOS GENEBRA.
2 Timóteo 4:7–8 “Combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia..” (Bíblia de Estudo Genebra, ARA)
O apóstolo Paulo, ao se aproximar do fim de sua vida, escreveu a Timóteo palavras de confiança e esperança (2 Timóteo) “...a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor... me dará...”.
À primeira vista, pode-se pensar que Paulo estivesse reivindicando uma recompensa baseada em mérito próprio. Contudo, como bem observou Agostinho, “a misericórdia de Deus coroa Seus próprios dons, não nossas conquistas independentes” (AGOSTINHO, Graça e Livre-Arbítrio).
É nesse sentido que o apóstolo também afirmou: 1 Coríntios 15:10 “Pela graça de Deus sou o que sou”. Assim, a coroa da justiça não é salário humano, mas a consumação da obra de Deus no crente. Agostinho de Hipona, destaca que Paulo não se gloriava de si mesmo, mas reconhecia em todo tempo que sua luta e sua carreira eram frutos da graça divina. Essa mesma convicção é repetida em outros textos paulinos.
O apóstolo lembra aos coríntios que 2 Coríntios 3:5 “não que sejamos capazes, por nós mesmos, de reivindicar alguma coisa, como se viesse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus”. Aos filipenses, ensina que Filipenses 2:13 “Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”. Por isso, a perseverança final do cristão é sustentada pela fidelidade de Deus, e não pela força da carne. Afinal, 1 Coríntios 1:31 “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.” A coroa é prometida, mas também é preservada pela graça.
Os puritanos, herdeiros do pensamento reformado, mantiveram essa compreensão, sublinhando a segurança dos santos diante da imutabilidade do propósito divino. John Owen escreveu que “a perseverança dos santos não depende da constância de sua própria vontade, mas da imutabilidade do propósito de Deus e da eficácia da intercessão de Cristo” (OWEN, The Perseverance of the Saints). Aqui fica claro que a certeza de receber a coroa da justiça repousa na intercessão contínua de Cristo, que garante que nenhum dos seus será perdido.
Da mesma forma, Thomas Watson observou que “a coroa da vida é um dom; e, ainda que se fale de recompensa, é uma recompensa de graça, não de dívida” (WATSON, A Body of Divinity). A linguagem da recompensa, portanto, não nega a graça, mas a exalta, pois o Senhor, como justo Juiz, coroa aquilo que Ele mesmo produziu em seus filhos. Não há espaço para vanglória humana, porque toda vitória procede da misericórdia de Deus.
Richard Sibbes, conhecido como o “suave pregador”, confortou os cristãos vacilantes ao dizer que “Cristo não apagará o pavio que fumega, mas o sustentará até que brilhe em plena chama” (SIBBES, The Bruised Reed). Mesmo aqueles que se percebem fracos e vacilantes têm a promessa de que Cristo os sustentará até o fim. Assim, a coroa da justiça não será concedida apenas aos fortes, mas também aos que, pela graça, perseveraram na fraqueza, sustentados pela mão fiel do Senhor.
COMENTÁRIO: Ao longo do artigo, trouxe citações de teólogos reformadores, alguns puritanos, para fertilizar a reflexão e apreciação sobre o tema. Algumas porções de literaturas que não têm em nossa língua portuguesa mas com muito carinho tomei o cuidado de traduzir e garimpar de antigas leituras e anotações, para sua apreciação. Espero que goste, e que seja para sua edificação e para a glória de Deus somente. (DE QUEIROZ, Flávio Ferraz. Reverendo IPMR. 2025).
A Escritura fala ainda de outras coroas, como a coroa da vida (Tiago 1:12; Apocalipse 2:10), a coroa incorruptível (1 Coríntios 9:25) e a coroa da glória (1 Pedro 5:4). Todas elas convergem para a mesma realidade: a vida eterna concedida por graça aos que foram preservados pelo poder de Deus. O próprio apóstolo João lembra que “esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5:4), e essa fé é dom divino, não conquista autônoma (DE QUEIROZ, Flávio Ferraz. 2025).
Tiago 1:12 “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.”
Apocalipse 2:10 “Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida".
1 Coríntios 9:25 “Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível.”
1 Pedro 5:4 “Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.”
1 João 5:4 “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.”
Efésios 2:8 “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus.”
Portanto, a doutrina da perseverança dos santos se manifesta de forma clara na certeza de que a salvação é inteiramente obra de Deus, sustentada por Sua graça e fidelidade. O crente não depende de suas próprias forças para manter a fé ou conquistar a coroa da vida, da glória ou da incorruptibilidade, pois todas essas recompensas são fruto do cuidado divino que preserva os seus até o fim. Efésios 2:8 “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus.” (DE QUEIROZ, Flávio Ferraz. 2025).
Essa verdade conforta e encoraja a igreja, pois assegura que a vitória final não se perde, e que a jornada cristã, embora marcada por lutas e provações, é plenamente sustentada pela graça imutável do Senhor. Assim, a esperança da coroa da justiça torna-se não apenas um ideal, mas uma certeza segura para todos aqueles que pertencem a Cristo, refletindo a fidelidade de Deus e o alcance completo de Sua obra redentora (DE QUEIROZ, Flávio Ferraz. 2025).
CONCLUIMOS, em suma, então. Diante do elencado, que a igreja deve contemplar a coroa da justiça como um símbolo da fidelidade de Deus e não como um troféu humano. É certo que a vida cristã envolve esforço, luta e disciplina, mas tudo isso é sustentado pela graça soberana. Como Paulo afirmou aos filipenses, “Aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1:6). Assim, a esperança do cristão não repousa em sua capacidade de perseverar, mas na promessa daquele que nunca falha. A coroa é, portanto, a celebração final da graça de Deus em seus filhos (DE QUEIROZ, Flávio Ferraz. 2025).
Acesse mais conteúdos sobre este tema aqui, haja visto que este artigo acima é só uma parte do assunto que não se esgota em um único artigo, obviamente. É importantíssimo continuar estudando, crescendo em graça e conhecimento nas coisas do Senhor.
Concluir mais uma leitura da Bíblia toda (122ª para a glória de Deus somente), foi, acima de tudo, uma experiência de renovação interior. Ao reencontrar, versículo por versículo, o fio contínuo da fidelidade de Deus, fui tomado por uma paz real não como ausência de conflito, mas como certeza de que o mal não prevalecerá. Derivando também este singelo estudo, além da segurança de que Satanás já está condenado e terá sua cabeça esmagada por Cristo trouxe alento à alma. Nessa leitura, tornou-se ainda mais claro que a história caminha com firmeza rumo ao dia em que toda injustiça será desfeita, e os redimidos viverão, após a ressurreição, sob um Reino de justiça e paz verdadeira. Essa esperança, longe de ser mera abstração teológica, é o consolo diário de quem confia no Cordeiro vencedor.
Igreja Primeiro Ministério Reformador
QUEIROZ, Flávio Ferraz de. Reverendo (2025) 24 de Setembro. Guidoval / MG. #ipmr #igrejapmr #puritanos #teologiareformada #monergismo
Dietrich Bonhoeffer, dizia: “A ação essencial da propaganda totalitária não é convencer, mas destruir a capacidade de discernir".
22 de Setembro de 2025. Brasil. Guidoval, MG.
RESUMO: Este trabalho analisa como o comunismo e o socialismo, no século XX, recorreram a propagandas desumanizadoras contra os judeus, apresentando-os como inimigos da classe trabalhadora e símbolos da burguesia exploradora. Mostra também como o nazismo, embora ideologicamente distinto, utilizou o mesmo expediente, retratando o judeu como conspirador comunista e ameaça à nação. Assim, evidencia-se que tanto a esquerda quanto o nazismo instrumentalizaram a degradação da imagem judaica como ferramenta de manipulação política e social, revelando a essência totalitária dessas ideologias e seu desprezo pela dignidade humana. De maneira semelhante, a esquerda atual continua a lançar mão da mesma estratégia, agora voltada contra conservadores, cristãos e pessoas de direita, que são constantemente caricaturados em propagandas, mídias e discursos como intolerantes, retrógrados ou ameaças à democracia. Esse paralelo histórico demonstra que a lógica da desumanização, característica dos regimes totalitários do século passado, permanece viva nas práticas da esquerda contemporânea, apenas com novos alvos. Na página da Igreja tem um vídeo impactante sobre todo este tema, clique aqui @igrejapmr e assista.
Defendemos aqui uma abordagem bíblico-monergista e cessacionista, fundamentada em uma tradição sólida de teólogos reformados e puritanos. Mas para este pequeno artigo de cujo tema é político-teológico, trazemos outras referências, especialmente BONHOEFFER, Dietrich. E outras referências seculares citadas no fim deste.
A história do século XX demonstrou que tanto o comunismo quanto o socialismo, sob a bandeira da esquerda, recorreram a práticas sistemáticas de desumanização como instrumento de poder. Nas propagandas comunistas, especialmente na União Soviética e em outros regimes socialistas, os judeus eram frequentemente associados a símbolos de exploração, especulação financeira e “inimigos de classe”. Eram retratados como uma ameaça à coletividade do proletariado, transformados em caricaturas grotescas que ocultavam sua dignidade humana. Esse expediente de manipulação, típico da esquerda, servia para justificar perseguições, censuras e até mesmo a violência estatal contra grupos considerados “obstáculos” à revolução. (DE QUEIROZ, Flávio Ferraz. 2025).
A ironia trágica é que o nazismo, ideologia de viés distinto, recorreu ao mesmo mecanismo de desumanização, ainda que com outra narrativa. Na propaganda de Hitler, o judeu foi apresentado como comunista conspirador, um agente internacional do bolchevismo que buscava destruir as tradições nacionais. Em cartazes e charges nazistas, o judeu aparecia como parasita, animal ou corruptor da sociedade. Ou seja, mesmo regimes opostos, comunismo e nazismo, convergiram em um ponto: a construção de um inimigo comum por meio da degradação da imagem do judeu, reduzido a um símbolo a ser exterminado. (DE QUEIROZ, Flávio Ferraz. 2025).
Esse uso propagandístico revela a natureza totalitária tanto do socialismo quanto do nazismo, ambos desprezando a dignidade humana em favor de projetos ideológicos que sacrificaram milhões. O comunismo, em particular, precisa ser lembrado não apenas pelo extermínio de adversários políticos e religiosos, mas também pelo papel fundamental que desempenhou em criar e difundir estigmas contra minorias, inclusive os judeus. A esquerda, ao longo da história, mostrou-se hábil em manipular massas pela linguagem do ódio, provando que seu discurso de igualdade escondia práticas de opressão, perseguição e violência. (DE QUEIROZ, Flávio Ferraz. 2025).
É interessante refletir com DIETRICH BONHOEFFER (1906–1945), pastor luterano que resistiu ao nazismo, deixou reflexões que se aplicam tanto à crítica do nacional-socialismo quanto ao comunismo e às ideologias de esquerda atuais. Muitos o consideram mártir da fé cristã. Suas obras trazem reflexões que dialogam diretamente com o que você quer destacar: a desumanização promovida por ideologias totalitárias (como nazismo) e o perigo de Estados que se colocam no lugar de Deus o que vale também para o comunismo/socialismo. (DE QUEIROZ, Flávio Ferraz. 2025).
Para Dietrich Bonhoeffer, “a ação essencial da propaganda totalitária não é convencer, mas destruir a capacidade de discernir” (Resistência e Submissão), mostrando como regimes totalitários manipulam as massas pela desumanização e pela mentira, como se viu na propaganda comunista e nazista contra os judeus.
Ao afirmar que “só porque o homem é feito à imagem de Deus é que ele pode ser irmão do homem” (Criação e Queda), Dietrich Bonhoeffer derruba tanto o racismo nazista quanto o materialismo marxista, lembrando que a dignidade humana não vem do Estado ou da raça, mas de Deus.
Dietrich Bonhoeffer em sua famosa advertência “não agir quando se deve agir é agir. Não falar quando se deve falar é falar. A neutralidade diante do mal é o próprio mal” (Resistência e Submissão) denuncia a covardia que permite que sistemas tirânicos prosperem, chamando os cristãos à resistência.
Dietrich Bonhoeffer também lembra que “a paz não é ausência de guerra, mas é a presença de Cristo” (Ética), desmascarando as falsas promessas de justiça e paz oferecidas por ideologias que, afastadas de Cristo, só geram opressão.
Por fim, sua célebre frase “quando Cristo chama alguém, chama-o para vir e morrer” (O Custo do Discipulado) Dietrich Bonhoeffer mostra a seriedade do discipulado e o preço da fidelidade a Cristo diante de governos que tentam substituir a autoridade divina pela tirania humana.
Anexo(s) à este, segue a mensagem expositiva ministrada pelo Deputado Federal Nikolas Ferreira, em seu canal em 21/09/2025; e outro vídeo, que corroboram com este artigo.
Anexo I: Vídeo [15 min] - Mensagem expositiva, Dep. Federal Nikolas Ferreira: Um convite ao extremismo.
CONCLUIMOS, em suma, então. Ao lermos: Êxodo 20:13 – “Não matarás.” (Bíblia de Estudo Genebra, ARA). A Bíblia repudia o genocídio e a eliminação sistemática de povos e pessoas, como promovido pelo nazismo e pela política Esquerdista (em nosso país pelo partido PT e seus pares). Não deixemos de lado, Mateus 22:39 – “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Bíblia de Estudo Genebra, ARA). Um cristão verdadeiro, não pode apoiar partidos políticos de Esquerda, porque suas ideologias são incompatíveis com qualquer sistema que incentive o ódio e a destruição do próximo.
Igreja Primeiro Ministério Reformador
QUEIROZ, Flávio Ferraz de. Reverendo (2025) 22 de Setembro. Guidoval / MG. #ipmr #igrejapmr #puritanos #teologiareformada #monergismo
Satanás é destinado rastejar, até os pés de Cristo esmagar sua cabeça.
20 de Julho de 2025. Brasil. Guidoval, MG.
RESUMO: Este artigo desenvolve, de modo aprofundado, a doutrina do poder limitado de Satanás, tendo como ponto de partida a promessa protoevangélica de GÊNESIS 3:15. A partir dessa semente escatológica, percorremos a história redentiva como revelada nas Escrituras, demonstrando que Satanás é um inimigo já derrotado, com poder estritamente subordinado à vontade soberana de Deus. Defendemos aqui uma abordagem inclusive bíblico monergista e cessacionista, fundamentada em uma tradição robusta de teólogos reformados, como CALVINO, OWEN, EDWARDS, BAVINCK, BERKHOF, SPURGEON, LLOYD-JONES, BROOKS, SIBBES, GURNALL, HOEKSEMA, MURRAY e outros. Portanto conforme esclarece a teologia reformada fundamentada na revelação bíblica principalmente, observa-se que o único poder de Satanás é o de cumprir seu destino irrevogável: rastejar até que sua cabeça seja esmagada debaixo dos pés de Jesus Cristo.
Gênesis 3:15 "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."
O presente artigo é fruto de minha mais recente leitura integral das Sagradas Escrituras. Para a glória de Deus somente, ao longo de minha caminhada de fé nesta leitura, a fiz com o propósito específico de investigar, com reverência e profundidade, até que ponto Deus permite a atuação de Satanás, do mal e dos ímpios, tanto no mundo quanto contra a Igreja. A partir dessa jornada exegética, conduzida sob a luz da tradição reformada, busco refletir sobre os limites da ação diabólica diante da soberania divina e da vitória consumada de Cristo. E até aqui, entendi que a Igreja não deve ser negligente e ser vigilante, porém não temer o Mau, pois que, o único destino que Satanás tem é de seguir seu destino de rastejar, para sua cabeça ser esmagada debaixo dos pés de Jesus. (DE QUEIROZ, Flávio Ferraz. 2025).
COMENTÁRIO: Ao longo do artigo, trouxe citações de teólogos reformadores, alguns puritanos, para fertilizar a reflexão e apreciação sobre o tema. Algumas porções de literaturas que não têm em nossa língua portuguesa mas com muito carinho tomei o cuidado de traduzir e garimpar de antigas leituras e anotações, para sua apreciação. Espero que goste, e que seja para sua edificação e para a glória de Deus somente. (DE QUEIROZ, Flávio Ferraz. Reverendo IPMR. 2025)
Inicialmente vamos refletir o que nos liga ao início de tudo. Já é sabido, que a humanidade herdou o pecado. Mas como o objetivo deste artigo é encorajar a igreja a confiar no poder que Jesus Cristo tem sobre o Mau, vamos já apresentar, que os escolhidos, a igreja, que o Pai deu à Cristo de antemão, foram feitos participantes de outra herdade em Cristo: Jesus Cristo é o descendente prometido a Abraão (Gl 3:16), e nós, unidos a Ele, somos coerdeiros da promessa (Gl 3:29).
Gálatas 3:16,29 "Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo. [...] E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa."
Somos os filhos da mulher, participantes da inimizade santa contra o mal. Já começamos participantes do conflito, mas não há desespero para os salvos, somos unidos também na solução em Cristo (nós os salvos, destinados para isto). E por falar em conflito, e as consequências do pecado, vejamos:
Salmo 44:25 "Pois a nossa alma está abatida até ao pó, e o nosso corpo, pegado ao chão."
Salmo 72:9 "Inclinem-se diante dele os habitantes do deserto, e os seus inimigos lambam o pó."
Gênesis 3:14 "Então, o Senhor Deus disse à serpente: Visto que isto fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida."
HOEKSEMA (1953, p. 276): “O Diabo jaz derrotado, rastejando na poeira, enquanto o Reino avança”.
Enquanto Sl 44:25 expressa a humilhação do povo de Deus, “abatidos até ao pó”. O Senhor também inspira o Sl 72:9 que afirma que os inimigos de Cristo “lamberão o pó”, uma linguagem que alude à maldição da serpente em Gn 3:14.
Mediante isto, prossigamos.
Romanos 16:20 "E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco."
Gênesis 3:15 "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."
João 8:44 "Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira."
1 João 3:10 "Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão."
Apocalipse 20:1-3 "Então, vi descer do céu um anjo, que tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações, até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto por pouco tempo."
É preciso entender que para comprender a Bíblia, precisamos compreender a linguagem com que ela traz a revelação d'aquilo que Deus quis revelar a nós, a respeito do Reino. Em Gênesis 3:15 é citado "tua descendência" e também "teu descendente".
Em Gênesis 3:15, literalmente, a "tua descendência" é a descendência da serpente, isto é, de Satanás. Esta descendência da serpente, inclui: Satanás e seus anjos (Apocalipse 12); Homens ímpios em inimizade com Deus; Poderes terrenos hostis ao Reino de Deus (exemplo Faraó, Herodes, o anticristo etc.); e todo sistema anti-Deus e anti-Cristo ao longo da história. Figuradamente, refere-se a todos os que pertencem ao reino das trevas, os que se opõem a Deus, ímpios, rebeldes, mentirosos, perseguidores da verdade.
Gálatas 4:4 "Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei."
Gálatas 3:16,29 "Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo. [...] E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa."
Já o termo "teu descendente" se refere a um descendente específico da mulher. O "descendente da mulher" é, aponta em última instância, Jesus Cristo. Ele é o representante final da humanidade redimida, nascido de mulher (Gálatas 4:4). Ele é o que esmagará a cabeça da serpente, conforme Romanos 16:20 e Apocalipes 12 (capítulo extenso, transcrito no final deste artigo - Anexo I).
Esta linguagem bíblica expressa esse conflito e separação dos que pertencem ao bem seguindo-o, e os que perseguem o mau, seguindo-o, deixando claro a que e a quem está ligado cada grupo. Prosseguindo a reflexão sobre a questão da serpente, que é Satanás, o diabo, tem suas obras, vale refletir inclusive com os pensamentos dos nobres reformadores puritanos, a vitória de Jesus Cristo sobre o mau:
JOHN OWEN (1616–1683) "Cristo, pela sua morte, não apenas desarmou o Diabo, mas o humilhou. Ele não está apenas derrotado, mas subjugado; sua cabeça foi esmagada, e ele agora rasteja em derrota, esperando apenas sua execução final.” (The Works of John Owen, vol. 10, p. 186.)
THOMAS BROOKS (1608–1680) “Satanás pode ameaçar, mas não vencerá. Ele já foi julgado, e a sentença é clara: esmagado sob os pés de Cristo e da sua igreja. Toda sua fúria é a de um inimigo condenado, rastejando para o abismo.” (Precious Remedies Against Satan's Devices, p. 44.)
RICHARD SIBBES (1577–1635) “A cabeça de Satanás está quebrada; embora ainda se mova, ele não pode triunfar. Ele morde o calcanhar, mas Cristo o esmagou sob os pés. O povo de Deus pisa onde Cristo já venceu.” (The Bruised Reed, p. 75.)
WILLIAM GURNALL (1616–1679) “O Diabo é um general derrotado. Ele pode marchar e fazer ruído, mas já foi conquistado. A Igreja, pelo poder de Cristo, pisa sobre um inimigo que já está prostrado.” (The Christian in Complete Armour, vol. 2, p. 229.)
JONATHAN EDWARDS (1703–1758) “Satanás pode ainda reinar em corações ímpios, mas perante os pés de Cristo e sua igreja, ele está sendo continuamente esmagado. Cada conversão é mais um golpe em sua cabeça caída.” (Works of Jonathan Edwards, vol. 1, p. 386. Herdeiro dos puritanos)
CHARLES HADDON SPURGEON (1834–1892) “Satanás é como um réptil no pó. Cristo o esmagou, e a igreja, unida ao Salvador, o reduz cada vez mais à poeira. Ele morde o calcanhar, mas sempre perde a cabeça.” (Sermon: The Destroyer Destroyed, MTP, vol. 21, p. 534. Batista reformado)
MARTYN LLOYD-JONES (1899–1981) “Cristo, ao vencer na cruz, tornou a igreja parte ativa dessa vitória. Satanás foi esmagado e, agora, a igreja apenas o segue pisando em seus restos — ele está limitado, rastejando em ruína.” (The Christian Warfare, p. 112.)
Conhecida como proto-evangélica promessa, na teologia. Gênesis 3:15 traz na sentença contra a serpente um destino imparável. Deus estabelece uma guerra cósmica entre dois reinos: O da serpente e o do Descendente da mulher.
JOHN OWEN (1656) afirma: “A cruz foi o instrumento da sentença final sobre a serpente; seu crânio foi esmagado ali, embora ela ainda se contorça até o Dia do Senhor”.
BAVINCK (2003, p. 243) reconhece que toda a teologia da redenção se desenrola a partir desse versículo. E para VAN TIL (1974, p. 58), esta é a base antitética da história redentiva: “A guerra entre Cristo e Satanás estrutura toda a revelação bíblica”.
Deus revela, sem reservas, como um grito de glória: “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo.”
Peregrinando ainda sobre o tema, encontramos na Bíblia, sobre o pai da mentira e seus limites, a saber em João 8 e 1 João 3:8. Registra o Evangelho, segundo João, no capítulo 8 (capítulo extenso, transcrito no final deste artigo- Anexo I), que Jesus perdoa a mulher adúltera, dizendo: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.” Em seguida, ensina sobre ser a luz do mundo, confronta os fariseus e afirma: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Ele declara que a verdadeira liberdade é espiritual, não política, e que os filhos de Deus fazem as obras de Deus, mas os que rejeitam a verdade são filhos do diabo. Por fim, afirma: “Antes que Abraão existisse, EU SOU”, e os judeus tentam apedrejá-lo.
CALVINO (2006, I.14.18) observa: “Satanás é como um cão acorrentado. Ele só ataca com a permissão de Deus”.
ABRAHAM KUYPER (1902, p. 133) nota: “O Diabo só pode agir dentro dos limites estabelecidos pela providência divina”.
Revelando um pouco mais este conflito entre os Reinos, Jesus declara que o Diabo é “homicida desde o princípio” e “pai da mentira”. Houve um confronto entre Jesus e os líderes judeus, e isso, demonstra que, embora Satanás seja mentiroso e destruidor, sua influência é quebrada pela verdade de Cristo.
João 8:44 "Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira."
1 João 3:8 "Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo."
Mas a vitória é de Jesus Cristo. Sua glória e exaltação foi profetizada. A visão apocalíptica de Daniel 7:13-14 apresenta o Filho do Homem recebendo um reino eterno. Este é o Cristo glorificado, entronizado acima de todos os principados e potestades.
Daniel 7:13-14 "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem; e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído."
JONATHAN EDWARDS (2003, p. 142) ensina: “A entronização do Filho do Homem é o momento em que Satanás foi juridicamente derrotado perante o tribunal divino”.
Para BERKOUWER (1954, p. 312), “a entrega do Reino ao Messias é o fim da autoridade usurpada de Satanás neste mundo”.
A vitória de Cristo, o Segundo Adão e sua obra vitoriosa, gloriosa. A queda veio pelo primeiro Adão; a vitória, pelo Segundo. Paulo ensina que “por um homem entrou o pecado no mundo” (Rm 5:12), mas “pela obediência de um só muitos se tornarão justos” (Rm 5:19).
Romanos 5:12-19 "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e, pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei. Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir. Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa para condenação, mas a graça transcorre de muitas ofensas para justificação. Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos."
Em 1 CORÍNTIOS 15:45-49, Cristo é o último Adão, celestial, autor da nova criação.
1 Coríntios 15:45-49 "Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois, o espiritual. O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial."
A. A. HODGE (1871, p. 225) diz: “Se Adão perdeu para a serpente, Cristo venceu por sua Igreja”.
E MURRAY (1955, p. 206) declara: “O triunfo de Cristo é completo e irreversível, fundado na sua obediência substitutiva”.
A Igreja que o alvo de Cristo, participa de Sua vitória consequentemente “O Deus da paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés” (Rm 16:20). A vitória de Cristo é comunicada à Igreja, que compartilha do domínio sobre o inimigo.
Romanos 16:20 "E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco."
LLOYD-JONES (1954, p. 89): “Cada vez que resistimos ao Diabo, contribuímos para a sua derrota escatológica”.
MATTHEW HENRY comenta: “Cristo vence por nós, mas também vence em nós”.
A vitória de Cristo, e sua igreja foi fundamentada no sofrimento. O sofrimento de Cristo é o caminho para a sua glória. Profetizado em Is 53:12 “foi contado com os transgressores” e confirmado por Jesus em LUCAS 24:26,46: “Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?”.
J. I. PACKER (1973, p. 191) escreve: “A cruz não foi fracasso, mas triunfo supremo contra o inferno”.
1 Pedro 1:10-11 "Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando atentamente qual ocasião ou quais as circunstâncias oportunas indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam."
Isaías 53:12 "Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu."
Lucas 24:26,46 "Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? [...] Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia."
E quanto ao sofrimento, para a glória de Deus, a igreja participa. A Participação dos Santos é registrada.
2 Coríntios 1:5-7 "Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo. Mas, se somos atribulados, é para a vossa consolação e salvação; se somos consolados, é também para a vossa consolação; a qual se torna eficaz, suportando vós com paciência os mesmos sofrimentos que nós também padecemos. A nossa esperança a respeito de vós está firme, sabendo que, como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação."
Colossenses 1:24 "Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós e preencho o que resta das aflições de Cristo na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja."
Gálatas 3:16,29 "Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo. [...] E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa."
Os crentes compartilham dos sofrimentos de Cristo (2 Co 1:5-7) e “completam em sua carne o que resta das aflições de Cristo” (Cl 1:24), não no sentido expiatório, mas como testemunhas.
SPROUL (1997, p. 312): “Nosso sofrimento é instrumento pedagógico da vitória de Cristo”.
PIPER (2003, p. 243) acrescenta: “Sofrer com Cristo é declarar que Ele vale mais que o mundo”.
Hebreus 12:14 "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor."
Anexo à este, segue a mensagem expositiva ministrada pelo professor Flávio Ferraz de Queiroz, em no culto ao Senhor realizado em 20/07/2025 , como síntese deste artigo.
CONCLUIMOS, em suma, então. Satanás não tem poder criativo, soberano ou autônomo. É criatura caída, derrotada na cruz, limitada no presente, e destinada à destruição final. O único poder que lhe resta é cumprir seu decreto de juízo ser esmagado debaixo dos pés de Jesus Cristo e de sua Igreja.
Como disse SPURGEON (1866): “Satanás é um leão com coleira curta. Ele só ruge onde Deus permite”.
Concluir mais uma leitura da Bíblia toda (121ª para a glória de Deus somente), foi, acima de tudo, uma experiência de renovação interior. Ao reencontrar, versículo por versículo, o fio contínuo da fidelidade de Deus, fui tomado por uma paz real não como ausência de conflito, mas como certeza de que o mal não prevalecerá. A segurança de que Satanás já está condenado e terá sua cabeça esmagada por Cristo trouxe alento à alma. Nessa leitura, tornou-se ainda mais claro que a história caminha com firmeza rumo ao dia em que toda injustiça será desfeita, e os redimidos viverão, após a ressurreição, sob um Reino de justiça e paz verdadeira. Essa esperança, longe de ser mera abstração teológica, é o consolo diário de quem confia no Cordeiro vencedor.
Uma curiosidade: Além da vitória sobre Satanás, a Bíblia registra também sobre uma prisão. Apocalipse 20:1-3 mostra que Satanás está preso por mil anos. Apocalipse 12 apresenta a mesma ideia de queda e limitação após a ascensão de Cristo. Satanás é impedido de enganar as nações como antes. E sobre este tema recomendo um estudo mais aprofundado sobre amilenismo.
Apocalipse 20:1-3 "Então, vi descer do céu um anjo, que tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações, até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto por pouco tempo."
BERKHOF (1990, p. 708) afirma: “Esta prisão é a restrição estratégica de Satanás durante a era da Igreja”.
GAFFIN (1977, p. 122) complementa: “Vivemos a era da limitação diabólica; o evangelho avança porque o Dragão está preso”.
Acesse mais conteúdos sobre este tema aqui, haja visto que este artigo acima é só uma parte do assunto que não se esgota em um único artigo, obviamente. É importantíssimo continuar estudando, crescendo em graça e conhecimento nas coisas do Senhor.
Igreja Primeiro Ministério Reformador QUEIROZ, Flávio Ferraz de. Reverendo (2025) 20 de Junho. Guidoval / MG. #ipmr #igrejapmr #puritanos #teologiareformada #monergismo
João 8 "Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava. Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. E, na Lei, nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava. Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais. De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida. Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu dás testemunho de ti mesmo; logo, o teu testemunho não é verdadeiro. Respondeu Jesus e disse-lhes: Posto que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou. Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo. Se, todavia, eu julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, porém eu e aquele que me enviou. Também na vossa lei está escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu testifico de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também testifica de mim. Então, lhe perguntaram: Onde está teu Pai? Respondeu Jesus: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai. Proferiu ele estas palavras no lugar do cofre das ofertas, quando ensinava no templo; e ninguém o prendeu, porque ainda não era chegada a sua hora. De outra feita, lhes falou, dizendo: Vou retirar-me, e vós me procurareis, mas perecereis no vosso pecado; para onde eu vou, vós não podeis ir. Então, diziam os judeus: Terá ele acaso a intenção de suicidar-se, quando diz: Para onde eu vou, vós não podeis ir? E prosseguiu: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou. Por isso, eu vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que eu sou, morrereis nos vossos pecados. Então, lhe perguntaram: Quem és tu? Respondeu-lhes Jesus: Que é que desde o princípio vos tenho dito? Muitas coisas tenho para dizer a vosso respeito e vos julgar; porém aquele que me enviou é verdadeiro, de modo que as coisas que dele ouvi, essas digo ao mundo. Eles, porém, não atinaram que lhes falava do Pai. Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então sabereis que eu sou e que nada faço por mim mesmo, mas falo como o Pai me ensinou. E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada. Dizendo ele estas coisas, muitos creram nele. Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permaneceres na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres? Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não está em vós. Eu falo das coisas que vi junto de meu Pai; vós, porém, fazeis o que vistes em vosso pai. Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão. Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai que é Deus. Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso Pai, certamente, me havíeis de amar, porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas, porque eu digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me credes? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus. Responderam os judeus: Não temos razão em dizer que és samaritano e tens demônio? Replicou Jesus: Eu não tenho demônio; pelo contrário, honro a meu Pai, e vós me desonrais. Eu não procuro a minha própria glória; há quem a busque e julgue. Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente. Disseram-lhe os judeus: Agora, estamos certos de que tens demônio. Abraão morreu, e também os profetas; e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, não provará a morte, eternamente. És maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? Também os profetas morreram; quem, pois, te fazes ser? Respondeu Jesus: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória nada é; quem me glorifica é meu Pai, o qual vós dizeis ser vosso Deus. Entretanto, vós não o tendes conhecido; eu, porém, o conheço. Se eu disser que não o conheço, serei como vós, mentiroso; mas eu o conheço e guardo a sua palavra. Vosso pai Abraão alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se. Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão existisse, eu sou. Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo."
Apocalipse 12 "Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz. Viu-se também outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra. E o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse. Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono. A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias. Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta. Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão. E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente. Então, a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra, porém, socorreu a mulher, e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado da sua boca. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar."
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAVINCK, Herman. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 1990.
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CALVINO, João. As Institutas da Religião Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.
EDWARDS, Jonathan. Obras Selecionadas. São Paulo: PES, 2003.
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GAFFIN JR., Richard B. The Centrality of the Resurrection. Grand Rapids: Baker, 1977.
GURNALL, William. The Christian in Complete Armour, vol. 2. Edinburgh: Banner of Truth, 1665.
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HODGE, A. A. Outlines of Theology. Edinburgh: Banner of Truth, 1871.
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KUYPER, Abraham. The Work of the Holy Spirit. Grand Rapids: Eerdmans, 1902.
LLOYD-JONES, D. Martyn. The Christian Warfare. Edinburgh: Banner of Truth, 1954.
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OWEN, John. The Death of Death in the Death of Christ. London: Banner of Truth, 1656.
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PACKER, J. I. Knowing God. Downers Grove: IVP, 1973.
PIPER, John. Desiring God. Wheaton: Crossway, 2003.
SIBBES, Richard. The Bruised Reed. Edinburgh: Banner of Truth, 1630.
SPROUL, R. C. Essential Truths of the Christian Faith. Wheaton: Tyndale, 1997.
SPURGEON, Charles H. Morning and Evening. London: Passmore and Alabaster, 1866.
SPURGEON, Charles H. The Metropolitan Tabernacle Pulpit Sermons, vol. 21. London: Passmore and Alabaster, 1875.
VAN TIL, Cornelius. Christian Apologetics. Philadelphia: Presbyterian and Reformed, 1974.
Deus Forte se ofereceu uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos.
A Luz que Rompe as Trevas: Redenção e Comunhão na Ceia do Senhor.
A Ceia do Senhor não é um rito isolado na vida da igreja, mas está profundamente enraizada na história da redenção. Os textos de Isaías e Hebreus apresentam a expectativa e o cumprimento da obra redentora de Cristo, enquanto 1 Coríntios 11 articula sua continuidade no culto cristão. O presente artigo busca conectar essas passagens à doutrina reformada da Ceia, à luz da soberania de Deus e da centralidade da cruz. #ceia
Fundamentos Biblicistas:
Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu;
Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo.
Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.
Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor.
Porque o tirano é reduzido a nada, e se consome o escarnecedor, e todos os que se dão à iniqüidade são exterminados.
Os mansos terão regozijo sobre regozijo no Senhor, e os necessitados exultarão no Santo de Israel.
A luz prometida e a obra de restauração.
O profeta Isaías anuncia tanto julgamento quanto restauração. Em Isaías 29:17-24, a promessa de transformação do deserto em campo fértil representa a regeneração espiritual promovida por Deus. A imagem dos surdos ouvindo e dos cegos vendo é emblemática da obra monergística de Deus na salvação (cf. Jo 6:44). Como observa CALVINO: "Não há homem que por si mesmo possa ser elevado a Cristo, senão pela iluminação secreta do Espírito" (CALVINO, 2009, Comentário de Isaías, v. 2, p. 241).
Isaías 9:1-7 amplia essa esperança messiânica. A luz que resplandece sobre os que habitavam na região da sombra da morte é uma antecipação direta do advento de Cristo (Mt 4:14-16). O "Menino" é descrito como "Deus Forte", título inconfundível da divindade. Ele é o fundamento do governo eterno de justiça e paz. Em linguagem escatológica e real, vemos aqui o cumprimento da aliança davídica em Cristo. Como afirma OWEN: "Todo o pacto da graça depende da mediação deste Filho eterno" (OWEN, 2003, The Death of Death in the Death of Christ, p. 69).
João 6:44 Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. (GENEBRA, Bíblia, Língua portuguesa.)
Mateus 4:14-16 Para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios! O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz. (GENEBRA, Bíblia, Língua portuguesa.)
A Ceia como memorial e proclamação.
Em 1 Coríntios 11:23-34, o apóstolo Paulo reafirma que a Ceia é um memorial da morte de Cristo. O pão e o cálice não são apenas símbolos visuais, mas são, em si mesmos, meios pelos quais os fiéis são fortalecidos espiritualmente. O modo indigno de participação revela não só a seriedade do rito, mas também a exigência de autoexame. Para ZWINGLIO, a Ceia "é um sinal visível da graça invisível, que nos torna participantes, não por presença física, mas por fé verdadeira" (ZWINGLI, 1984, Selected Works of Huldreich Zwingli, p. 385).
A comunhão no corpo de Cristo não se limita a um ato comunitário externo, mas inclui uma apropriação espiritual real, ainda que não física, da presença de Cristo. Isso está em harmonia com o entendimento reformado da presença espiritual real, distinta da transubstanciação ou consubstanciação. Como expressa BEZA: "Cristo está presente na Ceia, não pela carne, mas pela eficácia do seu Espírito" (BEZA, 1577, Confessio Christianae Fidei, cap. V).
Cristo como sacerdote eterno e sacrifício único.
Hebreus 9:23-28 é uma das mais elevadas expressões do sacerdócio eterno de Cristo. Ele não entra em santuários terrenos, mas no céu mesmo, oferecendo não sangue alheio, mas a si próprio. A tipologia levítica encontra seu fim na realidade do sacrifício vicário. Como escreve TURRETINI: "Cristo é não só o sacerdote, mas também o sacrifício; a vítima e o ofertante se unem em sua pessoa" (TURRETINI, 1992, Institutes of Elenctic Theology, v. 2, p. 381).
A Ceia do Senhor aponta retrospectivamente para esse único sacrifício e prospectivamente para a consumação escatológica: “até que Ele venha” (1Co 11:26). Há, portanto, um duplo movimento: memorial e esperança, cruz e parusia.
Para leitura e apreciação biblicista.
Anexo à este, segue a mensagem expositiva ministrada pelo professor Flávio Ferraz de Queiroz, na Ceia do Senhor realizada em 13/07/2025 #ceia #ceiadosenhor , pauta nas seguintes referências bíblicas: Isaías 29:17-24, Isaías 9:1-7, 1 Coríntios 11:23-34 e Hebreus 9:23-28.
Isaías 29:17-24 Porventura, dentro de pouco, o Líbano se transformará em campo fértil, e o campo fértil será tido por um bosque? Naquele dia, os surdos ouvirão as palavras do livro, e, dentre as trevas e das trevas profundas, os olhos dos cegos as verão. Os mansos terão regozijo sobre regozijo no Senhor, e os necessitados exultarão no Santo de Israel. Porque o tirano é reduzido a nada, e se consome o escarnecedor, e todos os que se dão à iniqüidade são exterminados, os quais, havendo alguém para condenar, armam ciladas, e ao que repreende na porta da cidade fazem cair no erro e sem razão negam justiça ao inocente. Pelo que assim diz o Senhor, que remiu a Abraão, acerca da casa de Jacó: Jacó não será mais envergonhado, nem mais se empalidecerá o seu rosto; mas, quando ele, seus filhos, virem a obra das minhas mãos no meio deles, santificarão o meu nome; santificarão o Santo de Jacó e temerão ao Deus de Israel. Os errados de espírito virão a ter entendimento, e os murmuradores aceitarão instrução. (GENEBRA, Bíblia, Língua portuguesa.)
Isaías 9:1-7 Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte resplandeceu-lhes a luz. Tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste; alegram-se eles diante de ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando repartem os despojos. Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas. Porque toda bota com que anda o guerreiro no tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue serão queimadas, servirão de pasto ao fogo. Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Para que se aumente o seu governo e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso. (GENEBRA, Bíblia, Língua portuguesa.)
1 Coríntios 11:23-34 Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha. Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros. Se alguém tem fome, coma em casa, a fim de não vos reunirdes para juízo. Quanto às demais coisas, eu as ordenarei quando for ter convosco. (GENEBRA, Bíblia, Língua portuguesa.)
Hebreus 9:23-28 Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprir os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação. (GENEBRA, Bíblia, Língua portuguesa.)
Os textos analisados convergem para uma compreensão rica e profunda da Ceia do Senhor como memorial da redenção efetuada por Cristo, como meio de graça à Igreja e como anúncio da consumação final.
A doutrina reformada da Ceia está fundamentada não em um simbolismo vazio, mas em uma realidade espiritual operada soberanamente por Deus. Participar da Ceia é, portanto, um ato de fé, reverência e esperança.
Acesse mais conteúdos sobre este tema aqui, haja visto que este artigo acima é só uma parte do assunto que não se esgota em um único artigo, obviamente. É importantíssimo continuar estudando, crescendo em graça e conhecimento nas coisas do Senhor.
Igreja Primeiro Ministério Reformador QUEIROZ, Flávio Ferraz de. Reverendo (2025) 04 de Junho. Guidoval / MG. #ipmr #igrejapmr #puritanos #teologiareformada #monergismo
Nós da Consciência Reformada, queremos equipar cristãos na verdade, disponibilizando melhores e mais seletos artigos, estudos, literaturas (clássicas ou não) e fontes da ortodoxia histórica. Buscamos encorajar a igreja verdadeira a sempre estar reformando seus pensamentos, para que cada vez mais honre a Deus somente e seja consistente com a Palavra de Deus. Ousamos ensinar todo o conselho de Deus, e não apenas aspectos com os quais sentimos confortáveis, para que o evangelho afete e transforme todas as áreas da vida. Entendemos que é importante enfatizar doutrinas que foram perdidas ou postas de lado por algumas instituições, crendo que isto ajudará muito, numa das tarefas mais urgentes que cristãos enfrentam hoje: a redescoberta do evangelho verdadeiramente fundamentado na Bíblia. Nossa esperança é que os eleitos do Senhor abracem a Palavra de Deus, e alcancem a verdadeira sã doutrina bíblica, que é o Evangelho de Jesus Cristo proposto por Ele mesmo. Lembrar que obra da salvação é uma obra monergista da graça; que, antes da graça, o homem permanece passivo, incapaz e indisposto para se voltar para Deus, até que seja regenerado pelo Espírito Santo.